Caminhoneiros que realizam bloqueios em rodovias como forma de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estão divididos sobre a manutenção da paralisação após divulgação de áudio no qual Bolsonaro pede que eles voltem ao trabalho.
Enquanto uns acham que a mensagem é falsa, outros tendem a acreditar e há ainda alguns que chamam o presidente de “frouxo”.
A informação é da coluna do jornalista Leonardo Sakamoto, do UOL, que teve acesso a grupos de caminhoneiros em aplicativos de mensagens. Caminhoneiros trancam rodovias em pelo menos 15 estados desde a última quarta-feira, 8, na esteira das manifestações de 7 de setembro apoiadas pelo presidente.
“Sinceramente, se nosso presidente falou isso, se o Tarcísio (ministro da Infraestrutura) falou isso, estão sendo muito frouxos. Começa uma treta, não consegue manter? São frouxos! A gente está com eles, e agora começando uma treta que os caminhoneiros não vão parar tão cedo. Agora, já que falaram, assume a porra da bucha!”, diz um áudio.
“Estamos com eles, não largo mão, tamo junto… Só que começaram com uma classe que não vai parar tão cedo. Agora segura firme, porra!”, afirma um segundo áudio em grupos de caminhoneiros.
Entre os que duvidam da veracidade da mensagem do presidente pedindo a volta ao trabalho, circulam recomendações falando em aguardar um posicionamento formal de Bolsonaro.
“O presidente tem total liberdade de falar em cadeia nacional. Se ele tiver que mandar um recado, ele vai abrir o canal dele, vai falar para gente o que precisa falar. Porque tem muita gente que imita a voz do Lula, do Bolsonaro, de qualquer pessoal. E acaba sendo fake news”
Os caminhoneiros protestam em apoio ao presidente e contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF); Na última quarta-feira, 8, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, precisou gravar um vídeo confirmando a veracidade de um áudio gravado por Bolsonaro.
“8 de setembro, já passa das 10h38 da noite, e nos grupos de caminhoneiros muita gente está questionando se um áudio que vazou do presidente da República é real e se esse áudio é atual. (…) É real, é de hoje e mostra a preocupação do presidente com a paralisação”, diz o ministro que reforça o apelo na sequência: “Essa paralisação ia agravar efeitos na economia, de inflação que ia impactar os mais pobres”.