Em um boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil, Jorge Eduardo Naime é acusado de tentar fugir um dia depois dos atos terroristas
A Polícia Civil do Distrito Federal investiga se o ex-comandante de Operações da Polícia Militar Jorge Eduardo Naime tentou fugir com os filhos por medo de ser preso após os atos terroristas de 8 de janeiro. Naime, segundo consta em um registro de ocorrência feito por sua ex-mulher, planejava fugir para a Bahia com sua atual esposa e os filhos do primeiro casamento.
A corregedoria da PM já investiga a informação de que Naime teria retardado a atuação da PM no dia dos ataques com o propósito de deixar os terroristas fugirem. Naime foi exonerado do cargo que ocupava dias após os atos golpistas, mas negou as acusações.
O registro foi feito no dia 9 de janeiro, dia seguinte aos ataques, por Tatiana Lima Beust, ex-mulher de Naime. Segundo o relato dela à PCDF, naquela segunda-feira (9/1), um dos dois filhos do casal telefonou para a mãe e disse que Naime planejava viajar às pressas para a Bahia. A criança, de 8 anos, contou também que a madrasta, Mariana Fiuza, teria ameaçado bater neles “de cinto” caso contassem para alguém sobre a fuga.
Após o telefonema do filho, Tatiana, segundo o B.O., foi até a casa onde Naime e sua esposa moram para buscar os filhos, que passavam as férias com o pai. No local, ao informar que queria levar as crianças para casa, Tatiana relatou ter sido agredida pela atual companheira de Naime com uma barra de ferro. O exame de corpo de delito foi juntado nas investigações.
Amparada pelo boletim de ocorrência, Tatiana aguarda a Justiça do DF emitir uma medida protetiva contra Naime e sua atual esposa, impedindo-os de contato com ela e os filhos.
O ex-comandante de Operações e sua atual companheira foram procurados por meio de seu advogado, contudo a coluna não teve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço está aberto para manifestações.