Terroristas rasgaram e urinaram em obra de Burle Marx durante invasões no DF

A obra em questão foi desenvolvida em 1974 e integrava o patrimônio do Senado Federal. A tapeçaria foi feita com as cores verde, vermelho, azul, preto e branco.

Durante as invasões terroristas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) as sedes dos Três Poderes, em Brasília (DF), no último domingo (8), uma das obras do renomado artista plástico e paisagista Roberto Burle Marx, que introduziu paisagismo modernista no Brasil, foi vandalizada.

Os golpistas terroristas rasgaram e urinaram na obra, que ficava exposta na parede do Salão Negro, a sala que faz o principal acesso às galerias públicas, no Congresso Nacional.

Até então, o Senado Federal já estimou um gasto de até R$ 3,5 milhões para conseguir recuperar a obra do paisagista nato. O artista plástico, nascido na cidade de São Paulo, ganhador de diversos prêmios, morreu aos 84 anos, em 4 de junho de 1994, no Rio de Janeiro.

“Tivemos danos de todos os tipos, alguns até simbólicos. Alguém urinar na tapeçaria de Burle Marx é muito agressivo”, informou a diretora-geral do Senado, Ilana Trombka.

No entanto, apesar de um possível reparo na obra de Burle Marx, o governo federal prossegue no levantamento das obras atingidas pela invasão do Palácio do Planalto, Supremo Tribunal Federal e Congresso, mas já está claro que algumas das peças não têm condições de ser restauradas.

Entre as peças que não poderão ser reparadas, está o relógio do século 17 do francês Balthazar Martinot, relojoeiro de Luiz XIV, presenteado a d. João VI pela corte francesa, que foi completamente destruído pelos vândalos durante as invasões.

“Estamos contando com o apoio de algumas instituições, como o Instituto Federal de Brasília (IFB), que já era nosso parceiro na restauração de móveis assinados, embora não de móveis do Império. A Secretaria de Cultura do Distrito Federal está cedendo mão-de-obra: as pessoas vão fazer um rodízio e vão nos ajudar a restaurar o painel do Athos Bulcão. E a gente está em contato também com o Instituto Burle Marx para resolver o restauro da tapeçaria”, informou Ilana.

Em uma estimativa inicial do valor do montante, que, além do acervo histórico e artístico, inclui vidraças, carpetes e outros elementos construtivos, contabilizou em danos totais um valor entre R$ 3 e R$ 4 milhões, de acordo com a diretora-geral do Senado.

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