Trecho de suposta conversa entre o ministro da Justiça e Júlio César Arruda, do Exército, após os atos terroristas mostra, mais uma vez, a conivência dos militares com golpistas acampados em frente ao QG de Brasília.
O trecho de uma suposta conversa entre o ministro da Justiça, Flávio Dino, e o comandante do Exército, Júlio César de Arruda, revelado pelo jornal estadunidense The Washington Post comprova, caso seja real, a conivência da cúpula militar com os terroristas acampados em frente ao Quartel-General em Brasília, que só foram presos após ação da Polícia Federal na segunda-feira (9), na manhã do dia após a destruição na Praça dos Três Poderes.
“Você não vai prender gente aqui”, disse o comandante do Exército a Dino, segundo duas autoridades presentes que não tiveram suas identidades reveladas pelo jornal.
A declaração coincide com as imagens divulgadas na noite após os atos terroristas, quando o Exército montou uma barreira e impediu a PM de desmontar o acampamento com terroristas.
Na manhã do dia seguinte, o militar responsável por comunicar a determinação de Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre o desmonte das barracas pediu aos terroristas que “saiam em paz”.
Em conversa com jornalistas na quinta-feira (12), Lula afirmou que houve conivência de PMs e de militares com os atos terroristas.
“Teve muita gente da Polícia Militar conivente, teve muita gente das Forças Armadas aqui de dentro conivente. Eu estou convencido de que a porta do Palácio do Planalto foi aberta para que gente entrasse, porque não tem porta quebrada. Significa que alguém facilitou a entrada deles aqui”, disse Lula.